Nos tempos em que ter uma vida “ecologicamente correta” é sinônimo de estar na moda, nada mais apropriado do que a biojoia.
Essa “nova joia” emprega matéria prima vegetal em sua composição. São sementes, fibras, cascas de frutas e árvores unidas ao ouro ou prata. Há quem “admita” a presença de elementos como penas, conchas ou madeiras (desde que certificadas).
É fundamental lembrar que o mais importante não é o material, mas sim a origem, o caminho percorrido por todos os elementos que compõem a biojoia. Matéria-prima sustentável, integração da cadeia produtiva e preservação ambiental são requisitos indispensáveis.

Mas, ao contrário do que possamos pensar, essa ideia não é tão nova assim. O povo celta já usava sementes; as de prímula concediam poderes mágicos e as de samambaia invisibilidade.
Entre os maias, as penas e conchas eram tão “especiais” que eram destinados ao ornamento das imagens de seus deuses.
No antigo Egito, as penas e plumas tiveram grande importância, eram o símbolo de Maat, deusa da justiça e da ordenação do mundo.
Ela levava na cabeça uma pena de avestruz que, no julgamento do morto, seria comparada ao peso do coração. Um coração “puro” não poderia ter o peso maior do que o da pluma.
No Brasil os búzios são populares. Seitas de origem africana os utilizam como oráculos, para adivinhações. Também são famosos por afastar mau agouro.
Povos indígenas brasileiros costumam enfeitar-se com adornos de sementes e plumas, sempre muito coloridos. Entre eles está o “olho de cabra”, semente que tem as cores vermelha e preta. Acredita-se que tenha o poder de absorver o mau olhado, devido ao contraste chamativo de suas cores.
Podemos ver que nossa origem é repleta de biojoias, muito antes de se tornarem hits da moda.
Os povos antigos tinham uma grande preocupação, também, com os aromas e pigmentos dos materiais naturais. As virtudes mágicas das flores de cravo-da-Índia são reconhecidas nesse país, mesmo em tempos atuais.
Sementes, flores, cascas de árvores, folhas e fibras, perfumes, raízes, frutos, resinas naturais, tudo enfim já foi usado pelo homem (em pensar que nós “modernos” nos achamos mais avançados, evoluídos e inteligentes …).
É muito bom ver que nossa geração começa a fazer bom uso dos recursos naturais que estão ao redor, de forma saudável e criativa.
Biojoia combina com o quê? Combina com biodiversidade, manejo sustentável, certificação, consumo responsável, biocivilização, maturidade, bom senso, respeito ao planeta. Além, claro, da magnífica beleza exótica combinada com metais nobres e bom gosto!