As pessoas que se mantêm informadas e acompanham tendências de Moda já devem ter percebido o quão “confuso” está o conceito de “Joia” nos tempos atuais.
Vemos desfilar, em importantes vitrines do ramo, peças em ouro com detalhes em madeira; variadas fitas de tecido; borracha; silicone; sementes; palha, ufa!!!
O que será isso? Será joia mesmo???
Sem dúvida essa é uma pergunta que ronda a cabeça de quem aprecia uma vitrine ou um lindo anúncio colorido.
Felizmente (a meu ver) a “cara” da joia está mudando.
Talvez pelo “cansaço” de ver sempre as mesmas coisas, diamantes, ouro, safiras, rubis e esmeraldas, correntinhas, cravações delicadinhas.
Talvez pela necessidade de “ser diferente”, de ter “coisas” exclusivas. Numa sociedade que massifica as pessoas, em que somos números nos documentos, nas filas e nos concursos, a identidade fica esquecida.
Talvez, até, pelo desejo de ver maior sentido naquilo que nos rodeia, peças que expressem algo, um sentimento, um estilo, uma tendência e não que apenas existam por existir.
A Joia, hoje, pode oferecer tudo isso, ela trabalha com designs exclusivos.
Existe Arte na Joia do nosso tempo. Ela é como um quadro, como um filme, uma música ou uma poesia.
A Joia tem personalidade, tem vida própria, uma história de vida.
Designers trabalham com temas, pesquisam, desenvolvem esboços e mais esboços até encontrar “aquela” joia, que expresse seus sentimentos, seu ser.
E, o mais importante, o público tem aceito e buscado isso, porque, sem compradores não existiriam designers criativos, com estilo, exclusividade, arte e tudo mais.
Os valores estão sendo reavaliados. O que vale mais? Um grande rubi adornado por platina de forma “previsível” ou uma peça que tem um estilo próprio no design e nos materiais agregados?
Um cristal bruto, simples e aparentemente tosco, pode ser tão valorizado quanto um pedaço de ouro com diamante incrustado, depende dos olhos de quem vê, depende da alma de quem aprecia. E porque não juntar o cristal bruto com o ouro?
Chega de preconceito!
Até mesmo a durabilidade e indestrutibilidade têm sido questionadas na Europa, em correntes artísticas que trabalham com Joalheria e apresentam, em importantes veículos da mídia, anéis com espuma, colares de papelão, pulseiras compostas por lápis de cor.
Hoje não basta que a joia seja bonita, ela tem que passar uma mensagem, tem que ser “inteligente”.
Viva os novos tempos!!!